quarta-feira, 28 de julho de 2010

Adidas: tá na hora de mudar!

Disputei quatro provas seguidas do Circuito das Estações. As quatro últimas. Corrida bem organizada, badalada, disputada. Gente bonita. Largada e chegada no Estádio do Pacaembu, uma região bancana. A melhor camiseta. Meu tempo vem melhorando (01:00:22, 00:54:37, 00:59:53 e 00:57:04). A segunda corrida, em dezembro do ano passado, foi meu melhor tempo em 10K até hoje.
Tudo ótimo, mas o fato é que já deu. Entendo o conceito da corrida. Entendo porque o circuito é sempre o mesmo. Mas acho que a Adidas precisa mudar. Não sei se vou correr as próximas, se for mantido o mesmo trajeto.

terça-feira, 27 de julho de 2010

Mizuno: minha primeira 16K!


Domingo passado corri a prova Mizuno 10 Milhas. Foi a primeira vez na minha vida que corri 16 quilômetros sem parar. Muito diferente das provas de 10 ou 12 quilômetros que venho disputando há dois anos. Acima de tudo, um grande desafio.
A largada meia hora mais cedo do que o habitual (7h30) é outro fator de desgaste. É difícil dormir muito cedo no sábado, mesmo com a corrida no domingo. Resultado: dormir menos e correr mais. Com 8 km corridos, senti a diferença. E ainda faltavam mais 8.
A prova da Mizuno é bem organizada. Com início e término dentro do Jockey Club, o trajeto é interessante, diferente para mim. Inclui a Ponte da Cidade Universitária e a Praça Panamericana, entre outras ruas e avenidas que eu ainda não tinha arriscado correr. Gostei muito.
Só achei um pouco confusas as placas de distância, as vezes em km, às vezes em milhas. E você ainda tinha de entender se eram para a sua volta ou para o pessoal que estava correndo os 16 km em dupla. Resultado: talvez pelo cansaço, conclui que faltavam 2 km para acabar. Bem à frente já via o Jockey Club. Estava bem. Parecia que estava terminando uma prova de 10K. Resolvei acelerar. Ganhei confiança. Fiz muitas ultrapassagens. Corria bem, mas não ia aguentar muito naquele ritmo. Apenas os 2 km que faltavam. Mas eu estava errado, pois faltavam 4 km.
Errei e exagerei. Terminei a prova correndo, mas levemente mancando. O joelho começou a doer.
Resultado: terminei os 16k em 01:36:48.
Mas a sensação de terminar a primeira 16K, apenas dois anos depois de começar a correr, é muito legal.

Montevidéu: o prazer de correr e fazer turismo


Feriado de Tiradentes, 21 de abril último. Enquanto os brasileiros aproveitam a folga para dormir até mais tarde, em plena quarta-feira, eu me apressava em acordar mais cedo que o normal para correr antes de trabalhar. Sim, trabalhar. Eu estava em Montevidéu, a simpática capital do Uruguai, para inaugurar a fábrica de um cliente. Pontualmente às 8h00 o próprio chefe e outros executivos estariam vestindo ternos escuros, ansiosos, me esperando em pé em frente ao modesto Hotel Europa. Antes disso, eu tinha de tomar o café da manhã, arrumar e levar a mala para baixo, fechar a conta e, claro, correr.
Eram 6h30 quando deixei o hotel vestido para correr. Ainda não havia amanhecido totalmente, mas as ruas estavam cheias. Cheias de pessoas vestindo casacos e roupas sociais indo para o trabalho. Era como se eu tivesse decido correr na Rua Direita no centro de São Paulo numa manhã de inverno. O Hotel fica há uns três quilômetros da Rambla, o nome da charmosa orla marítima com 16 quilômetros de extensão. Montevidéu tem praias de ponta a ponta e é possível correr por todas elas pelo calçadão, sem interrupção e com segurança total. Uma oportunidade imperdível para quem não consegue não correr.
Corri meio tímido, e com muito frio, por uns 10 minutos, até chegar à orla. Dava quase para ouvir as pessoas comentando sobre mim enquanto desviava de secretárias e suas sacolas, executivos, sem-tetos, carros e ônibus que já começavam a ficar cheios. Quase me arrependi de não ter pegado um taxi até a praia mais próxima, como fazem os turistas normais. Corredores não são turistas normais.
Quando cheguei ao calçadão ainda vazio já estava aquecido, sem frio, e não me importava mais com os olhares críticos que tinha sido bombardeado nos últimos minutos. Eu já tinha descoberto que Montevidéu era uma bela cidade, na noite passada, mas ainda não tinha visto suas praias à luz do dia. A orla da capital uruguaia, com suas diversas praias, era um espetáculo à parte. Não tem a beleza natural que encontramos nas praias brasileiras. Mas tem um jeito de Primeiro Mundo que costumamos não ver aqui. O calçadão é perfeito, sem buracos, remendos, camelôs ou qualquer coisa do tipo. Bonito, seguro, confortável para correr. Corri preocupando-me apenas em admirar as praias, a arquitetura dos belos prédios que ficam ali de frente para o mar e as pessoas. Sim, as pessoas como eu começavam a aparecer pouco a pouco. Não demorou muito para a orla ficar cheia de gente caminhando, passeando com o cachorro, pedalando e, lógico, correndo. Lindas mulheres com traços europeus correndo com seus cachecóis coloridos. Muitos homens com cabelos compridos. A sensação era de estar correndo em Barcelona. Não exagera quem diz que Montevidéu é a cidade mais europeia da América Latina, superando até Buenos Aires.
Corri meia hora para um lado, rumo à parte mais sofisticada da orla, seguindo dicas de moradores da cidade, na noite passada, e depois voltei apressado para o hotel. Preocupado com o horário, sem tempo suficiente para um café da manhã tranquilo. Ainda por cima, ao entrar no saguão do hotel, suado, com meu shorts curto e a camisa colada ao corpo, dei de cara com meu chefe lendo jornal dentro de um elegante terno cinza. Sorrimos polidamente e continuamos a fazer o que estávamos fazendo. Ele voltou a ler. Eu corri para o quarto para não me atrasar.
Para mim, a aventura e o prazer de correr num lugar diferente e lindo como a orla de Montevidéu valeu cada segundo.